quarta-feira, 22 de junho de 2011

Completado Dicionário de língua morta há 2 mil anos

O dicionário assírio ao lado do babilônico,é um dos dois dialetos da língua acádia, falada na Mesopotâmia antiga.
A enciclopédico tem 21 Volumes inteiros, são dedicados a uma única letra, e a obra traz referências extensivas a fontes originais da língua.

“Este é um momento heroico e significativo na história”, declarou Irving Finkel, do departamento de Oriente Médio do Museu Britânico e que nos anos 1970 participou por três anos do projeto The Chicago Assyrian Dictionary.
O projeto, lançado pelo Instituto Oriental da Universidade de Chicago em 1921, envolveu quase uma centena de pesquisadores que catalogaram registros e referências num trabalho que gerou mais de dois milhões cartões de indexação de registros.
Para o professor Matthew W. Stolper, do Instituto Oriental, o trabalho de pesquisa para o dicionário era “muitas vezes tedioso”, mas ao mesmo tempo “fascinante e recompensador”.
“É como olhar por uma janela um momento de milhares de anos no passado”O dicionário foi compilado por meio do estudo de textos escritos em tábuas de argila e pedra descobertas na área da antiga Mesopotâmia, entre os rios Tigre e Eufrates, na região onde hoje está o Iraque e partes da Síria e da Turquia.
Os textos analisados, com assuntos que incluem documentos científicos, médicos e legais, cartas de amor, literatura e mensagens aos deuses, compreendem um período de 2.500 anos.
“É uma coisa milagrosa. Podemos agora ler as palavras de poetas, filósofos, mágicos e astrônomos como se eles estivessem nos escrevendo.
“Quando começaram a escavar no Iraque em 1850, encontraram muitas inscrições no solo e em paredes dos palácios, mas ninguém podia entender uma palavra daquilo, porque a língua estava extinta”,

Para a editora do dicionário, Martha Roth, o mais impressionante no estudo não foram as diferenças, mas as semelhanças entre aquela época e hoje.
“Em vez de encontrar um mundo estranho, encontramos um mundo muito familiar”, diz ela, sobre os textos de pessoas preocupadas com suas relações pessoais, com amor, emoções, poder e questões práticas como irrigação e uso da terra.Gregos, romanos e egípcios são muito mais proeminentes tanto na consciência popular quanto nos currículos acadêmicos hoje em dia.
Mas no século 19, era a Mesopotâmia que fascinava os estudiosos – em parte porque os pesquisadores tentavam descobrir provas para algumas das histórias da Bíblia, mas também por causa do avanço daquela civilização.
A escrita cuneiforme, usada tanto no dialeto assírio quanto no babilônico, foi usada pela primeira vez pela língua suméria e teria sido uma inspiração para os hieróglifos egípcios.
pesar da grandiosidade do projeto, os pesquisadores envolvidos no dicionário fazem questão de enfatizar suas limitações.
Eles ainda desconhecem o significado de muitas palavras e dizem que a publicação permanecerá como uma obra em andamento conforme novas descobertas forem sendo feitas.
O dicionário inteiro foi colocado à venda por US$ 1.995 (cerca de R$ 3.175), mas também foi disponibilizado de graça em uma versão online.
Fonte;
http://www.bbc.co.uk/portuguese

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