sexta-feira, 2 de agosto de 2013

Texto de 1932 indica a existência de uma cápsula do tempo em Curitiba


O mistério da garrafa encontrada aos pés da estátua de Tiradentes continua após a revelação do seu conteúdo na manhã desta quinta-feira (1º). O documento encontrado no recipiente registra a mudança de lugar do monumento em 1932 e aponta para a existência de outra “cápsula do tempo” na base onde a obra de arte estava colocada anteriormente. Este pedestal, segundo o texto, fica a cerca de 30 metros de onde foi encontrada a garrafa aberta nesta quinta. Dentro da garrafa também estava uma moeda de 100 réis. O recipiente foi encontrado na última quinta-feira (25), quando a estátua foi removida da Praça Tiradentes para restauro. O fato de a estátua compor a paisagem curitibana gerou muita expectativa sobre o conteúdo do objeto.

Além da indicação da outra garrafa, o documento continha uma declaração que aponta para um deslocamento da estátua do local onde foi colocada inicialmente para onde ficou até os dias de hoje. Entre as pessoas que assinam o texto, que é uma espécie de ata, está o autor da escultura, João Turin.
A abertura ocorreu nesta quinta-feira (1º), no ateliê João Turin, em Almirante Tamandaré, na região metropolitana de Curitiba. A entidade faz um trabalho de recuperação de toda a obra do artista, na qual está incluída a estátua da praça do marco zero da capital. Apenas jornalistas participaram da abertura, que foi alvo de grande expectativa nos últimos dias.


Maurício Appel, coordenador do Instituto João Turin, foi quem comandou a operação de abertura, que durou das 9h03 às 9h15. Ele usou primeiro um saca-rolhas convencional, mas parte da cortiça ficou impregnada. Foi utilizado então uma pinça para recolher os fragmentos e logo após já foi possível retirar a moeda de 100 réis. O papel, que estava muito grosso, não saiu pela boca da garrafa e o fundo do objeto precisou ser cortado com um estilete especial. Após este último procedimento, foi possível ler a mensagem deixada no manuscrito.
“Desfizemos um mistério com um novo, mas agora a descoberta do conteúdo da nova garrafa depende do prefeito”, disse o diretor.

Mauro Tietz, diretor de patrimônio da Fundação Cultural de Curitiba (FCC), informou que já tomou medidas para garantir que a segurança do novo patrimônio histórico descoberto. "O conteúdo da outra garrafa com certeza aguça a curiosidade da Fundação Cultural e da prefeitura. Por isso, nesse exato momento, já acionamos a Guarda Municipal para preservar o local e evitar que qualquer curioso tente remover a garrafa por si próprio. Faremos o possível para revelar o conteúdo dessa nova garrafa, mas ainda não podemos garantir isso porque esse é um trabalho delicado."


A estátua na qual foi encontrada a garrafa, que representa o líder da Inconfidência Mineira – Joaquim José da Silva Xavier –, fica no marco zero da capital, a Praça Tiradentes. O monumento é apenas uma das obras feitas por Turin que fazem parte do patrimônio histórico da cidade. Integram a obra do artista espalhada pelas praças da capital a peça Luar do Sertão (a onça rugindo que fica na rotatória ao lado da sede da prefeitura) e a escultura de uma águia, na Praça Santos Andrade.

Todas essas obras serão revitalizadas como parte de um projeto do Ateliê João Turin. A intenção é restaurar todo o acervo do artista e elaborar materiais que resgatam sua vida e obra. Além disso, serão criados novos moldes para poder reproduzir as esculturas. Essas três estátuas originais, por exemplo, voltam para as praças em agosto, mas as cópias farão parte de exposições que vão percorrer o país e o mundo.

Fonte
Gazeta do Povo

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