Numerar sepulturas e carneiros,
Reduzir carnes podres a algarismos,
Tal é, sem complicados silogismos,
A aritmética hedionda dos coveiros!
Um, dois, três, quatro, cinco... Esoterismos
Da Morte! E eu vejo, em fúlgidos letreiros,
Na progressão dos números inteiros
A gênese de todos os abismos!
Oh! Pitágoras da última aritmética,
Continua a contar na paz ascética
Dos tábidos carneiros sepulcrais
Tíbias, cérebros, crânios, rádios e úmeros,
Porque, infinita como os próprios números
A tua conta não acaba mais!
Fonte;
Livro EU,Augusto dos Anjos
Acervo pessoal AJS(Devorador do Pecado).
segunda-feira, 23 de maio de 2011
Versos a um coveiro
Postagens Relacionadas
Apocalipse Minha divinatória Arte ultrapassa os séculos efêmeros e nota Diminuição dinâmica, derrota Na atual força, integérrima, da Massa. É a subversão universal que ameaça A Natureza, e, em noite aziaga
Versos a um cão Que força pode, adstricta a ambriões informes, Tua garganta estúpida arrancar Do segredo da célula ovular Para latir nas solidões enormes?! Esta obnóxia inconsciência, em que tu dormes, Suficien
As montanhas I Das nebulosas em que te emaranhas Levanta-te, alma, e dize-me, afinal, Qual é, na natureza espiritual, A significação dessas montanhas! Quem não vê nas graníticas entranhas A subjetividade a
Minha finalidade Turbilhão teleológico incoercível, Que força alguma inibitória acalma, Levou-me o crânio e pôs-lhe dentro a palma Dos que amam apreender o Inapreensível! Predeterminação imprescriptível Oriunda
Assinar:
Postar comentários (Atom)
2 comentários:
Não conhecia, mas muito bonito... e triste.
É...vindo do Augusto, não vem conforme
é esperado e nítido assim como os poemas do Olavo Bilac.
Ele surpreende,e nunca acaba nos "felizes para sempre"
Postar um comentário