O cavalo lavradeiro de Roraima, também chamado de cavalo selvagem, é um dos principais símbolos do estado de Roraima e, por isso, não raramente são vistos estampados em camisetas, ônibus interestaduais e em outros souvenires, objetos e locais que representem a região. Além disso, esse animal é um presente genético para os cientistas, pois os séculos de adaptação às condições de lavrado o tornaram um manancial de genes à disposição da pesquisa.
Uma das características que mais desperta o interesse dos pesquisadores é o incrível desempenho físico do cavalo lavradeiro, capaz de percorrer grandes distâncias em velocidade se alimentando apenas do capim do lavrado que, por sua baixa qualidade nutricional, é conhecido popularmente como “fura-bucho”.
A história desses cavalos se confunde com a história do Brasil, já que muitos deles se encontram no país desde a época da colonização.
Infelizmente essa raça esta ameaçadas de extinção apesar das características de rusticidade e adaptabilidade adquiridas ao longo do tempo.O seu desaparecimento poderia representar a perda de um tesouro genético, pois esses animais possuem genes resultantes de anos de seleção natural.
A introdução de animais em uma região e a sua reprodução livre, sem a interferência do homem, leva a um processo denominado seleção natural, que faz com que apenas os animais mais adaptados sobrevivam.
O cavalo lavradeiro é um ótimo exemplo da ação da natureza que, ao longo dos séculos, foi eliminando os genes desfavoráveis, fazendo com que apenas os animais mais fortes e adaptados sobrevivessem. Especialmente se levadas em consideração as condições climáticas do lavrado de Roraima, que incluem alimentação de baixo valor nutritivo e isolamento geográfico por muralhas naturais (serras da fronteira).
Esses fatores levaram esses cavalos a apresentar características bastante peculiares: são animais pequenos (1,40 m), com alto índice de fertilidade, muito velozes (podem correr por 30 minutos a 60 Km/h), resistentes ao trabalho árduo e tolerantes a doenças e parasitas.
Uma das características do animal que instiga os cientistas é a capacidade de seus cascos, já que consegue percorrer longas distâncias em um solo composto quase em sua totalidade por pedras.
Conta a lenda que mais de dois mil cavalos habitavam o estado de Roraima. Hoje, esse número talvez não chegue a 200.
Felizmente a Embrapa anda pesquisando e investindo na conservação do cavalo lavradeiro de Roraima.
Fonte
Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia
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