A Diocese de Piracicaba (SP), por meio da Pastoral do Serviço de Caridade (Pasca), colhe assinaturas dos fiéis nas 28 paróquias do município para um projeto de lei que quer revogar o aumento de 66% no salário dos vereadores. A entidade, que representa a Igreja Católica na região, também pressiona por uma emenda na Lei Orgânica da cidade, por novas regras no reajuste salarial dos parlamentares.
Os dois projetos são de iniciativa do grupo Reaja Piracicaba, movimento popular que realiza protestos contra as decisões tomadas pela Câmara Municipal este ano. A Diocese pretende colher 500 assinaturas em cada paróquia até o dia 19 de novembro. Para uma lei de iniciativa popular ser aprovada, são necessárias 13.500 assinaturas, número equivalente a 5% do total de eleitores de Piracicaba.
Segundo o presidente da Pasca e coordenador municipal do Conselho Nacional dos Laicatos do Brasil, Antonio Oswaldo Storel, as assinaturas dos fiéis são colhidas há duas semanas. “Aprovamos essa iniciativa junto ao Bispo e com o coordenador da Pastoral. Quem se interessar, deve ir até a paróquia mais próxima no horário comercial e assine os manifestos”, explicou Storel.
Ainda de acordo com o membro da Pastoral, a entidade não pode se ausentar de discussões que dizem respeito à população da cidade. “Os vereadores não tiveram habilidade para lidar com as manifestações do Reaja, que são legítimas. A diocese, através da Pasca, apóia esses protestos”, disse o coordenador do Conselho Nacional dos Laicatos do Brasil.
Segundo o engenheiro agrônomo Ricardo Otto Schmidt, representante do Reaja Piracicaba, o apoio da Igreja Católica é bem vindo ao movimento. “Temos o apoio de várias igrejas, não só a católica. A idéia é que tenhamos o apoio de diversas instituições e de vários segmentos”, disse.
O representante do Reaja também elogiou a estrutura da Diocese de Piracicaba e espera que a instituição ajude o movimento a atingir o objetivo. “Eles são organizados e isso é ótimo. Temos 50 pontos fixos do Reaja. Com mais as paróquias, conseguiremos as assinaturas necessárias”, afirmou o engenheiro agrônomo.
O diretor jurídico da Câmara de Piracicaba, Robson Soares, lamentou a posição da Diocese e afirmou ao G1 nesta quarta-feira (14) que os vereadores deveriam ter sido consultados antes de qualquer medida por parte da Igreja Católica. “Os vereadores deveriam ter sido ouvidos para explicar seus motivos. Não temos mais o que falar sobre esse assunto”, disse o advogado.
Segundo Soares, não é possível que o salário dos vereadores seja reajustado mesmo com a iniciativa popular, pois é contra a Constituição Federal. “Isso iria contra o principio da anterioridade. Não é possível uma alteração no subsídio dos parlamentares 180 dias antes da nova legislatura. Uma nova alteração só valerá para depois de 2016”, explicou o diretor jurídico.
Nota do Blogueiro
Apoiadissimo!!(Parabéns a diocese pelo apoio ao povo)
Mas sabe como é, nada popular é bem visto,sempre vem as desculpas defamatorias quando o povo entrar entre os politicos e o dinheiro..(Câmara de Piracicaba formula dossiê para desqualificar movimento 'Reaja')
Fonte
G1
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