quarta-feira, 15 de agosto de 2012

Nova técnica de retirar células-tronco

No Brasil, a cura pode vir dos dentes das crianças. O Instituto Butantan, em São Paulo, criou uma técnica inédita no mundo para retirar células-tronco dos dentes de leite em grande quantidade.

No laboratório de genética do Instituto Butantan, em São Paulo, os dentes de leite têm outra função. Da polpa, a parte avermelhada, os cientistas extraem e multiplicam células-tronco, capazes de regenerar ossos, músculos e até neurônios. As pesquisas, que tiveram bons resultados com animais, ganharam impulso com a descoberta.
Um dos desafios dos tratamentos com células-tronco é a necessidade de uma grande quantidade de células, cerca de 70 milhões para um paciente que pesa 70 quilos. Com a nova técnica, os pesquisadores conseguiram o milagre da multiplicação e ele é mais simples do que se imagina.
Mergulhada em uma solução de aminoácidos e proteínas, a polpa produzia dois bilhões de células em uma semana e era descartada. Os pesquisadores descobriram que ela podia ser reutilizada em outras soluções iguais. Em seis meses, o número de células pode passar de cem bilhões.
Com a produção maior, a capacidade do banco de células-troncos, mantidas a -196°, aumentou 30 vezes.
“Célula de polpa dentária não provoca rejeição no paciente. Ela é compatível com diversos pacientes. Ou seja, minha célula pode ser utilizada em você. De você no seu filho. Então a gente pode utilizar essas células em toda população”, ressalta o pesquisador Nelson Lizier.

Para aproveitar a polpa, o dente deve ser extraído no dentista e levado dentro de 72 horas para o laboratório. A aplicação em humanos ainda depende de novas pesquisas. A ideia é que nos próximos anos, as pessoas possam armazenar a polpa, que pode salvar vidas, em bancos de células-tronco. Com uma vantagem :
“Não existem implicações éticas na utilização da polpa porque essa polpa é descartável, ela é praticamente jogada fora pelas crianças. A grande vantagem das células de polpa de dentes é que são células normais. Não são geneticamente manipuladas", aponta a geneticista do Instituto Butantan, Irina Kerkis.

Fonte;
Jornal Nacional

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