terça-feira, 5 de outubro de 2010
Vozes da morte
Agora, sim! Vamos morrer, reunidos,
Tamarindo de minha desventura,
Tu, com o envelhecimento da nervura,
Eu, com o envelhecimento dos tecidos!
Ah! Esta noite é a noite dos Vencidos!
E a podridão, meu velho! E essa futura
Ultrafatalidade de ossatura,
A que nos acharemos reduzidos!
Não morrerão, porém, tuas sementes!
E assim, para o Futuro, em diferentes
Florestas, vales, selvas, glebas, trilhos,
Na multiplicidade dos teus ramos,
Pelo muito que em vida nos amamos,
Depois da morte inda teremos filhos
(Augusto dos Anjos)
Nota do Blogueiro;Diferente do que muitos acham,Augusto dos Anjos não é Mineiro.
Augusto dos Anjos e eu somos da mesma cidade,Sapé-PB.
Na entrada da cidade tem a placa.
"Seja bem vindo a Sapé,
Terra do abacaxi e do poeta Augusto dos Anjos"
Fonte
Revista Agulha
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