Uma nova molécula descoberta por cientistas brasileiros pode reduzir em até 80% a dor causada por inflamações agudas e crônicas provenientes de diabetes, artrite ou artrose, informou a Agência Fapesp (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo).
A descoberta abre caminhos para a produção de remédios com menos efeitos colaterais contra dor causada por processos inflamatórios, segundo pesquisadores do Centro de Pesquisa em Doenças Inflamatórias vinculado à Fapesp, que faz o estudo em parceria com o laboratório farmacêutico italiano Dompé.
Parte dos resultados dos testes pré-clínicos foi divulgada em artigo publicado em novembro na revista "PNAS" (Proceedings of the National Academy of Sciences).
"Estamos, no momento, realizando os testes toxicológicos e, caso sejam bem-sucedidos, poderemos planejar ensaios clínicos. Nosso objetivo é desenvolver um novo medicamento para dor com menos efeitos adversos que os anti-inflamatórios hoje disponíveis", afirmou Thiago Mattar Cunha, professor da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (FMRP-USP) e autor do artigo, à agência Fapesp.
A nova droga tem como alvo um peptídeo conhecido como C5a, que desempenha papel mediador na dor inflamatória.
Para desempenhar seus efeitos biológicos, o peptídeo precisa se ligar a um receptor acoplados a proteínas -- importantes para a sinalização celular -- e que expresso em diversos tipos de células.
"Tivemos então a ideia de desenvolver uma molécula que, ao bloquear esse receptor, tivesse ação analgésica", disse Cunha.
A molécula conhecida como DF2593A foi aplicada por via oral em animais com inflamação crônica e aguda.
"O mais interessante é que o composto foi capaz de bloquear a dor inflamatória sem afetar a dor fisiológica, que é importante para a sobrevivência. Ou seja, a capacidade de resposta a um estímulo doloroso se manteve nos animais não inflamados, quando tratados com DF2593A, o que não acontece quando se administra derivados de morfina, por exemplo", afirmou Cunha.
Fonte
UOL
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