Nome científico: Bromelia antiacantha Bertol.
Família Botânica: Bromeliaceae
Categoria: Ácida
Origem: Brasil
Características da planta: Herbácea, terrestre, que forma estolões. Folhas numerosas, acuminadas, com bordas providas de espinhos rijos. Flores com pétalas alvas e sépalas roxas.
Fruto: Tipo baga, grande, oval. Polpa comestível de coloração amarelada, ácida.
Frutificação: Quase o ano todo.
Propagação: Semente e propagação vegetativa.
O caraguatá vislumbra-se um espetáculo único de transformação, em que, de cor em cor, lenta e pacientemente, a bromélia vai-se metamorfoseando para criar belas flores e, logo mais, frutos.
O processo inicia-se com a planta inteiramente verde, uma moita quase sem caule e cheia de espinhos. Como ela se reproduz em touceiras que vão se multiplicando uma ao lado da outra, em geral forma-se um aglomerado verde que se torna intransponível.
Então, a primeira surpresa para aqueles que pensam tratar-se apenas de uma moita espinhenta qualquer: as folhas internas da planta começam a alaranjar-se e, depois, a avermelhar-se. Nesse momento começam a dar as caras as belas flores do caraguatá.
Aos poucos, elas vão se revelando brancas como flocos de neve, em pequenos cálices; em seguida, começam a surgir algumas pétalas roxas, que logo tomam todo o cacho. Em breve, tem-se um belíssimo buquê, localizado exatamente no centro da planta. Enquanto isso, as folhas avermelha-se cada vez mais, atraindo nuvens de insetos polinizadores.
À medida que cada uma das florzinhas vai-se transformando em fruto, chegando a mais de 100 por cacho, que vão se inchando e se espremendo, a planta volta a ficar verde. O espectador pode pensar que o espetáculo está terminado, mas engana-se novamente.
O ato final, a maturação do fruto, ainda reserva mais uma surpresa: a sua casca, de verde que era vai se amarelando para dar seguimento à sua última transformação e chegar à coloração laranja, viva e brilhante dos caraguatás maduros.
Será praticamente impossível que o espectador não se sinta tentado a provar do fruto, o que, entretanto, será uma decepção. Ácido, ele queimará impiedosamente a boca incauta, como se avisasse que os prazeres chegaram ao fim. Talvez seja dessa característica que derive o nome “caruá-atã”, palavra que, em língua indígena tupi, significa duro, forte.
Mas não é preciso se render: com paciência e coragem para retirar os frutos do meio dos espinhos, o caraguatá poderá ser tranquilamente apreciado na forma de suco, doce ou licor. Também, por outros motivos, o esforço terá sido válido, pois o fruto é bastante prezado na medicina popular, sendo utilizado como base para xaropes contra tosse, asma e bronquite. O caraguatá é apenas uma das cerca de 1,5 mil espécies de bromélias que, estima-se, existem no Brasil. Dessas, mais de mil são nativas, espalhando-se por toda a área de ocorrência de Mata Atlântica, além de outras regiões de vegetação tropical semelhante.
Seu parente mais famoso talvez seja o abacaxi, que provém de uma moita muito semelhante à do caraguatá, porém sem apresentar o espetáculo festivo das cores em transformação.
Os espinhos existentes nas folhas de caraguatá, assim como em outras plantas da mesma família, têm também outros usos. Os indígenas nativos costumavam utilizá-los como agulhas ou alfinetes, Com os quais costuravam redes, bolsas e vestes.
Hoje em dia, dando-se mais valor à beleza da planta aproveitando-se da força de seus espinhos, utilizam-se conjuntos de caraguatá alinhados no paisagismo de jardins e parques, com o objetivo de formar cercas vivas.
Fonte
Livro Frutas Brasil Frutas
Acervo pessoal Devorador d6 Pecado
Meu pouco aprendizado sobre Botânica, veio de forma oral,do qual eu conhecia essa planta pelo nome de abacaxi de raposa.
Imagens
UFRGS
UFSC
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