Há um novo recordista para menor planeta fora do Sistema Solar. Um grupo de cientistas liderado por David Bennett, da Universidade de Notre Dame, nos EUA, encontrou um planeta que tem apenas três vezes a massa da Terra.
E não é só isso. Ele também orbita, muito possivelmente, o menor tipo de estrela possível -- uma anã marrom, com apenas seis centésimos da massa do Sol.
"Nossos resultados mostram que qualquer tipo de estrela pode ter planetas", disse Bennett ao G1. "Antes disso, não tínhamos tanta certeza, mas agora ficou claro."
O astro está a cerca de 3.000 anos-luz da Terra (1 ano-luz equivale a 9,5 trilhões de quilômetros). Sua descoberta só foi possível graças a um fenômeno conhecido como microlente, que envolve uma feliz coincidência em que uma estrela mais próxima se alinha com uma mais distante, do ponto de vista de um observador na Terra.
Quando isso acontece, a estrela mais próxima age como uma "lente", aumentando a luminosidade da que está atrás. Dependendo do padrão de aumento de luminosidade, é possível dizer se há planetas ao redor desse astro mais próximo.
A técnica faz a alegria dos cientistas -- que podem descobrir astros não identificáveis pelos métodos usuais -- e dos astrônomos amadores -- que podem participar dos eventos mais intensos.
"Temos muitos colaboradores amadores na Nova Zelândia e na África do Sul", diz Bennett, alertando que gostaria também de ter alguém no Brasil olhando para o céu. (Se houver algum interessado com uma câmera CCD de alta resolução, Bennett pede que contate-o por e-mail.)
A idéia é que os amadores fiquem de olho em potenciais eventos de microlente. Uma vez detectados, os profissionais podem seguir a trilha e complementar as descobertas.
A expectativa é de grandes achados para o futuro próximo. Bennett e seus colegas esperam que essa técnica permita a localização do primeiro planeta com a mesma massa que a Terra. Os cientistas estão chegando cada vez mais perto. Antes da nova descoberta, o recorde era de cinco massas terrestres. Agora está em três.
O planeta recém-descoberto, designado MOA-2007-BLG-192Lb, está a uma distância de cerca de 100 milhões de quilômetros de sua estrela-mãe -- mais ou menos o percurso Sol-Vênus. Mas, como a estrela é muito fria (possivelmente uma anã marrom, que nem é capaz de produzir energia por fusão nuclear, mas talvez uma anã vermelha, ligeiramente maior e capaz de fusão), o planeta deve ser mais gelado que Plutão -- incapaz de abrigar vida, portanto.
Ele entra na categoria das "superterras", planetas maiores que a Terra, mas ainda assim rochosos. Não há equivalentes no Sistema Solar, de modo que eles ainda figuram como um grande mistério para os astrônomos.
A descoberta foi relatada durante a Reunião Anual da Sociedade Americana de Astronomia e será publicada no "Astrophysical Journal" em setembro.
Fonte;www.g1.com.br
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