Cientistas americanos encontraram evidências da existência de água em estado líquido perto da superfície de uma das luas geladas de Júpiter, Europa.
Análises de imagens sugerem que há colunas de água quente sob a crosta congelada do satélite. Essa água seria responsável pelo derretimento e o rompimento das camadas mais superficiais.
Os resultados, publicados na revista científica Nature, indicam que os lagos estejam somente três quilômetros abaixo da superfície.
Qualquer concentração de água líquida pode representar um potencial de habitat propício para a existência de formas de vida.
Com base em modelos de forças magnéticas e imagens da superfície de Europa, os cientistas suspeitavam que um oceano gigante, de cerca de 160 quilômetros de profundidade, estaria em algum local entre 10 e 30 quilômetros sob a crosta de gelo.
Muitos astrobiólogos, especialistas em vida no espaço, sonhavam em seguir os passos do personagem fictício David Bowman, criado pelo escritor Arthur C. Clarke, que no livro "2010: Uma Odisséia no Espaço 2" descobre formas de vida aquáticas no fundo do oceano da mesma lua de Júpiter.
No entanto, fazer buracos na grossa camada de gelo de Europa sempre pareceu impossível, até a descoberta dos lagos rasos.
Quente e frio.Segundo os cientistas, os lagos rasos significam que as águas congeladas da superfície podem estar se misturando com as águas quentes mais profundas.
Correntes geladas poderiam estar transferindo nutrientes entre a superfície da lua e as profundezas do oceano subterrâneo.
"Isso pode fazer com que Europa e seu oceano sejam mais habitáveis", diz a pesquisadora Britney Schmidt, da Universidade do Texas, que coordenou o estudo.
Ela analisou imagens de Europa feitas pelo satélite Galileo, lançado em 1989.
Glaciólogos estudam a superfície da Europa há muitos anos, tentando entender o que forma sua superfície sulcada.
"Observando a Antártida, onde nós vemos características similares - geleiras e plataformas de gelo, podemos inferir algo sobre os processos que estão acontecendo em Europa", disse o glaciólogo Martin Siegert, da Universidade de Edimburgo, na Escócia.
Os Estados Unidos e os países europeus estão trabalhando em missões para esta e outras luas de Júpiter, que deverão ser lançadas no final desta década ou no início dos anos 2020.
Fonte;
BBC Brasil
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