O preço médio do ingresso de cinemas de São Paulo é mais caro do que o de Nova York: enquanto aqui paga-se R$ 20, lá, o preço é de R$ 16,28. Pesquisa do Idec (Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor) feita recentemente mostra que se compararmos o valor da entrada em relação ao salário mínimo, o ingresso paulistano é mais caro do que o de cidades como Paris, Tóquio e Londres, e só perde para o valor praticado em Joanesburgo, na África do Sul.
Enquanto em Paris o ingresso corresponde a 1,43% do salário mínimo local, em São Paulo, ele equivale a 3,28% do mínimo do Estado (considerando o valor vigente antes do dia 19/1), segundo o estudo.
Apesar do preço salgado, a qualidade das salas avaliadas pelo Idec mostrou-se satisfatória. Segundo o coordenador da pesquisa, Guilherme Varella, no geral, os cinemas cumprem com o que prometem em relação aos serviços oferecidos, segurança e higiene, mas o alto custo afasta um grande público em potencial. "Se considerarmos que 40% da população brasileira recebe o salário mínimo, vamos ver que o acesso a esse bem cultural é dificultado. O consumo está crescendo entre as classes C e D, mas seria interessante que pudesse aumentar também o consumo à cultura", diz. Foram avaliadas dez salas do centro expandido, das 260 concentradas na capital.
Dentre as causas do alto valor da entrada de cinema, Varella lista o fato de os estabelecimentos estarem mais concentrados nas regiões nobres das cidades, mais caras, e o fato de poucas empresas concentrarem a exibição dos filmes, o que faz com que o preço aumente.Já para Paulo Sérgio Almeida, diretor do site especializado em mercado cinematográfico "Filme B", o preço do cinema está caro porque os serviços no país estão caros. Ele contesta a comparação do preço de São Paulo com o salário mínimo, pois diz que na capital quase ninguém ganha essa quantia, mas concorda que, de fato, para quem recebe o mínimo esse tipo de diversão é impossível: "Quem ganha salário mínimo está excluído de ir ao cinema. Por mais que as classes C e D estejam ascendendo, quem ganha salário mínimo é a classe E. É por isso que temos 190 milhões de habitantes mas só 20 milhões vão ao cinema".
Ele explica que fatores como a valorização da moeda, o preço alto dos serviços, a localização do cinema e a meia-entrada influenciam no valor do ingresso, e aponta a última como um "problema". Para ele, o benefício, concedido a estudantes e idosos e, em São Paulo, a professores da rede estadual, trata-se de uma medida eleitoreira que encarece o ingresso.
Além disso, há muitas pessoas que fraudam documentos estudantis e acabam se beneficiando injustamente. "Como não existe comprovação e uma grande quantidade de pessoas usa carteiras falsas, o cinema é obrigado a aumentar o preço. Esse tipo de coisa obriga aquele que paga o ingresso cheio a completar o ingresso daquele que paga meia", diz. Dos ingressos vendidos, 70% são meias-entradas.
Varella defende o benefício da meia-entrada, e diz que, caso haja falsificações, elas deveriam ser levadas para a esfera penal: "Isso é um problema de polícia. Se tem isso, tem que ser investigado". Ele não concorda, porém, que o benefício seja apenas eleitoreiro: "Se existe esse benefício, é porque tem uma parcela da população que não pode arcar com o preço total. Culpar idosos e estudantes é uma irresponsabilidade. Poderia haver mais políticas para baratear os ingressos, mas não vai ser tirando a meia-entrada desses segmentos sociais que vão acabar com o prejuízo das salas", opina.
Fonte;
UOL
quinta-feira, 26 de janeiro de 2012
Ingresso de cinema em São Paulo é mais caro que o de Nova York
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