Raul Seixas e Paulo Coelho
GITA
"Eu que já andei pelos quatro cantos do mundo
procurando,
foi justamente num sonho que ele me falou"
Às vezes você me pergunta
Por que é que eu sou tão calado
Não falo de amor quase nada
Nem fico sorrindo ao teu lado
Você pensa em mim toda hora
Me come, me cospe, me deixa
Talvez você não entenda
Mas hoje eu vou lhe mostrar
Eu sou a luz das estrelas
Eu sou a cor do luar
Eu sou as coisas da vida
Eu sou o medo de amar
Eu sou o medo do fraco
A força da imaginação
O blefe do jogador
Eu sou, eu fui, eu vou
Gita gita gita gita gita
Eu sou o seu sacrifício
A placa de contra-mão
O sangue no olhar do vampiro
E as juras de maldição
Eu sou a vela que acende
Eu sou a luz que se apaga
Eu sou a beira do abismo
Eu sou o tudo e o nada
Por que você me pergunta
Perguntas não vão lhe mostrar
Que eu sou feito da terra
Do fogo, da água e do ar
Você me tem todo dia
Mas não sabe se é bom ou ruim
Mas saiba que eu estou em você
Mas você não está em mim
Das telhas eu sou o telhado
A pesca do pescador
A letra A tem meu nome
Dos sonhos eu sou o amor
Eu sou a dona de casa
Nos pegue-pagues do mundo
Eu sou a mão do carrasco
Sou raso, largo, profundo
Gita gita gita gita gita
Eu sou a mosca da sopa
E o dente do tubarão
Eu sou os olhos do cego
E a cegueira da visão
Mas eu sou o amargo da língua
A mãe, o pai e o avô
O filho que ainda não veio
O início, o fim e o meio
Eu sou o início, o fim e o meio
quinta-feira, 5 de julho de 2007
RAUL SANTO SEIXAS!!
CAPIM GUINÉ
Plantei um sitio no sertão de Piritiba
Dois de pé de guataíba, cajú, manga e cajá ...
Peguei na enxada como pega um catingueiro
Fiz aceiro botei fogo, "Vá ver como é que tá"
Tem abacate, genipapo, bananeira
milho verde, macacheira, como diz no Ceará
cebola, coentro, andú, feijão de corda
vinte porco na engorda, inté gado no currá !
Com muita raça fiz tudo aqui sózinho
Nem um pé de passarinho veio a terra semeá
Agora veja, cumpadi a safadeza
Começou a marvadeza, todo bicho vem prá cá
"Num" planto capim-guiné
prá boi abaná rabo
Tô virado do Diabo, tô retado cum você
Tá vendo tudo e fica aí parado
com cara de viado que viu caxinguelê
Sussuarana só fez perversidade
Pardal foi prá cidade
Piruá minha saqué
Dona raposa só vive na mardade
Me faça a caridade, se vire dê no pé !
Saguim trepado no pé da goiabeira
Sariguê na macacheira, tem inté tamanduá
Minhas galinhas já não ficam mais paradas
e o galo de madrugada tem medo de cantar
Num planto capim-guiné ...
pra boi abaná rabo
Tô virado do Diabo, tô retado cum você
Tá vendo tudo e fica aí parado
com cara de veado que viu caxinguelê
Plantei um sitio no sertão de Piritiba
Dois de pé de guataíba, cajú, manga e cajá ...
Peguei na enxada como pega um catingueiro
Fiz aceiro botei fogo, "Vá ver como é que tá"
Tem abacate, genipapo, bananeira
milho verde, macacheira, como diz no Ceará
cebola, coentro, andú, feijão de corda
vinte porco na engorda, inté gado no currá !
Com muita raça fiz tudo aqui sózinho
Nem um pé de passarinho veio a terra semeá
Agora veja, cumpadi a safadeza
Começou a marvadeza, todo bicho vem prá cá
"Num" planto capim-guiné
prá boi abaná rabo
Tô virado do Diabo, tô retado cum você
Tá vendo tudo e fica aí parado
com cara de viado que viu caxinguelê
Sussuarana só fez perversidade
Pardal foi prá cidade
Piruá minha saqué
Dona raposa só vive na mardade
Me faça a caridade, se vire dê no pé !
Saguim trepado no pé da goiabeira
Sariguê na macacheira, tem inté tamanduá
Minhas galinhas já não ficam mais paradas
e o galo de madrugada tem medo de cantar
Num planto capim-guiné ...
pra boi abaná rabo
Tô virado do Diabo, tô retado cum você
Tá vendo tudo e fica aí parado
com cara de veado que viu caxinguelê
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